The Shadow Hunter

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Keep it Simple

domingo, 25 de julho de 2010

Mutação

Não há nada a dizer. Somente um espasmo de sensação em mera ressonância. Palavras vazias em pura ausência de sentido perfazem-se em uma mente atordoada. No presente momento nada mais existe, somente um sol no meio do céu e algumas nuvens simbolizando alguns resquícios de ilusão. O tempo do potencial se foi. O presente apenas parece um passado de um futuro triste e sofrido, se a decisão for permitir que o fluir das águas levem o barco em seu devir inevitável. Os esforços de hoje parecem em vão. Não há mais pensamentos. Somente um vazio, não daquela tortura de uma existência solitária, mas de uma calma serena e indiferente. O céu ainda é azul. As crianças ainda sorriem. Os amigos ainda amam. Ainda há a mesma primavera de sempre. Tudo parece estar sempre mudando, mas ainda parece se tornar apenas uma nova versão da mesma coisa. Não há tristeza, nem alegria. A mesma coisa que frustra, é a que também alivia. O som, o tom, o dom a fazer milagres em algum tipo de sinfonia de notas silenciosas. A beleza de repente fez sentido e aparece clara em cada pessoa. Apesar disso, sem deixar de aparentar submissa às marcas e vícios de cada um.

terça-feira, 13 de julho de 2010

Criar ou Vencer, qual você escolheria?

       Estarei morto provavelmente antes do fim deste século. Todas as pessoas que conheço e que irei conhecer provavelmente também estarão antes do fim do próximo. O que é importante mesmo quando eu olho as coisas com isso em mente? Duas coisas me vêm em mente. Uma delas é a necessidade de se aprender a vivenciar a experiência do momento presente o mais próximo da plenitude possível. A outra, construir um legado que permanecerá depois que eu deixar de existir.
        Essa cultura de competição em que vivo tenta vender uma idéia de que para conseguir alguma coisa nós temos de derrotar algum adversário. Grupos e mais grupos são criados com pelo menos uma maioria de integrantes pensando desta maneira. As pessoas que vivem dentro destes vivem a dizer que o mundo é injusto, que é um lugar feio, que a humanidade não vale nada, quando no fundo elas mesmas criam o ambiente que vivem. Olhar sob a perspectiva de construir e criar ao invés de vencer e derrotar é uma excentricidade anômala e muias vezes hostilizada.
        Confesso que não sei o que fazer com isso. Sinto como se levado para a ruína por esta minha visão, dita romãntica pelos de posição antagônica. Gostaria de encontrar pessoas que pensem parecido comigo para quem sabe formar uma sociedade. Os meios de hoje em dia podem conectar indivíduos distantes geograficamente a fim de colaborar entre si. O trabalho mais simples de se administrar e que possui a dimensão fundamental é o simples aprendizado em comunidade de prática. Se um grupo de amigos resolve se reunir periodicamente, para sessões com objetivos específicos de prática, a fim de adquirir algum conhecimento aleatório, os resultados serão infinitamente superiores em eficácia e desempenho, se comparados a cada um tentar apenas aprender conteúdo sozinho. Entretanto, uma coisa é fundamental, se alguém estiver lutando para ser o melhor do grupo, o que se destaca, a tendência é que todos comecem a fazer o mesmo e acabem conseguindo. Se a colaboração depende de todos se conectarem, se todos se destacarem, o que é que acontece? Com efeito, questiono aqueles que costumam dizer que grupos de estudo não levam a nada. Será que foi o processo de trabalhar em grupo que foi ineficaz, ou será que foi outra coisa? Que coisa será essa que parece que fica fugindo do pensamento?


Os homens são feitos um para o outro: instrui-os, ou então, suporta-os.  (Marco Aurélio)