The Shadow Hunter

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Keep it Simple

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Se Ele fosse uma criança - diálogo 4 anos depois.


O Garoto conversa com seu tutor e guardião que o acompanha:

Um ar de angústia vem e parece que espíritos estão entoando inspiração. Mudanças acontecendo em todas áreas. A terra no chão abaixo dos meus pés parece se revolver como se sofresse um severo terremoto. No entanto, por mais assustador que seja, por mais assustado eu ache que vou ficar, não acontece nada.
Eu simplesmente permaneço sereno. É como flutuar sobre esse solo que mais parece um mar revolto. É como  se o bandido assustador, cruel e sanguinário simplesmente se tornasse insignificante, digno até de pena. O medo torna-se apenas um frio na barriga e, quando você olha para o desafiante no momento, ele aparenta se contorcer de terror em te ver e desaparece sem deixar vestígios. Imagine-se isso se sucedendo, com desafintes desaparecendo e outros surgindo em seus lugares imediatamente, e levando consigo o próprio cenário que também é substituído. Eu estou em vários lugares ao mesmo tempo, vivendo diferentes experiências. Minha mente prega peças em mim, dizendo-me que sou pessoas diferentes em locais diferentes, em tempos diferentes. Por mais loucura que tudo possa parecer, a essência não muda, não desequilibra, sequer balança. O caos não faz efeito sobre mim e não há esforço de minha parte para causar isso.
Meu poder mostra-se maior que minha identidade. Temo interferir na realidade sem querer, por estar perdido nessa confusão. Não estou seguro dos desdobramentos de um mero passo que eu venha a dar.

O guardião responde:

Andando com você nessas estradas há 4 anos, eu lhe vi crescer. Você no início era uma criança com o dom da Taumaturgia, e se divertia dobrando a realidade como se ela fosse um brinquedo. Hoje você não me dá mais tanto trabalho. Você amadureceu. Nós não só transitamos pelas trilhas que permeiam a Morávia, a Pérsia e os povos combatentes do extremo oriente. Nós viajamos por entre realidades e tempos diferentes, através da magia etérea da sua divindade aos poucos descoberta. Você foi criado para ser exatamente isso: o divino que perde a identidade, afim de vivenciar a experiência humana. Você está aprendendo. É por isso que se sente confuso. Seu criador também me escolheu por alguma razão. No início eu pensava: "Sou apenas um mortal. Como posso ser guardião e tutor de uma divindade?" Hoje compreendo que a resposta está resumida em meu nome: Hadriel. Nascimento e transformação são constantes. A morte é uma mera conclusão estática de uma maneira de pensar o que se percebe, mas que nós dois hoje sabemos ser simplesmente não real. Acho que seu próximo passo é apenas se reconhecer na essência de todas as coisas. Digo isso pois se você procurar descobrir quem é dentro de si mesmo, vai se perder no indiferenciado. Eis a essência da morte como conceito. Eu descobri quem sou por conviver e estar atento a você, por te ouvir e tentar compreendê-lo. Você pode ouvir e ver além do que os olhos humanos sequer imaginam. A própria essência das coisas está ligada a você. Você deve deixar que tudo se comunique com você, pois sendo quem é, de tudo você pode ter consciência. Isso lhe fará descobrir quem você é de verdade.

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