The Shadow Hunter

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Keep it Simple

quinta-feira, 29 de março de 2012

Reflexão sobre conflitos e crescimento.


Se você ficar repetindo a mesma ação, ou omissão, mesmo que 10 mil vezes, sem perceber a consequência que se desencadeia disso, você nunca vai aprender com sua experiência. Não se trata de o quê você faz com aquilo que sabe, mas de como você se posiciona perante o que desconhece.
            Cada situação pede uma atitude. Ajustar-se é  e sempre será um desafio. Isso pode ser extremamente divertido, mas requer que se adquira certa competência antes de se começar a aproveitar. A gente demora a aprender que não precisa estar certo, basta “pretender” legitimamente estar, e pronto! Assim, se por ventura formos contestados, criticados, até mesmo agredidos, estaremos leves feito pluma, maleáveis e adaptáveis como a água, serenos e calmos como bebês dormindo em colo de mãe. Então, estaremos em condições de responder com precisão a estes estímulos.
Se a sua soma deu um dado resultado, mas alguém lhe contesta, é fácil responder pedindo: “mostre-me onde errei”?
Um pouco mais complicado é quando alguém olha para alguma coisa que você inventou e diz que “faltou alguma coisa, não vai funcionar, está feio”. Você já tem de brigar internamente para conseguir responder algo como: “o quê faltou e por que você sentiu falta?, por que você acha que não vai funcionar?, e o quê você sugere para a beleza passe a existir?”
Complexo e difícil ainda um pouquinho mais é quando alguém mistura você com alguma coisa que você criou ou executou. Supondo ser este segundo caso relativo aos mesmos recém contados, as palavras serão mais como “você é uma pessoa incompetente!, você nunca vai conseguir fazer isso funcionar!, você não tem gosto, tem desgosto!”
A luta interna é mais severa. Apesar da simplicidade das questões, não será fácil perguntar: "como deve ser uma pessoa para ser considerada competente sobre este caso na sua opinião?, "O que você acha que uma pessoa precisa para fazer isso funcionar?, Como você gostaria que fosse?
Por último, e este sim difícil e complexo, é como lidar com a crueldade. Já viu quando acontece de alguém se divertir ao ver outra pessoa se irritar? Quando alguém lhe desrespeita sem que você o tenha provocado ativamente? Não se trata mais de um desentendimento, mas de uma coisa mais “tribal”, primitiva. Antes de responder, a gente precisa compreender o quê o outro pretende, mas é bem provável que, caso você pergunte diretamente, você torne aquele conflito latente em algo patente. Um grande amigo meu costuma dizer que “no velho oeste, isso costuma dar morte”!
Como fazer então? Muitos que leram até aqui já tem bagagem pra sacar na hora que é imprescindível “se impor”! Entretanto, lhes pergunto: como? Por acaso simplesmente levantando e jogando um balde d’água na cabeça do coleguinha que te “taca papelzinho”? O Arnaldo César Coelho iria dizer que seu cartão seria merecido: “uso de força desproporcional na dividida”. Ficar quieto e com raiva também não serve, definitivamente. São os que ficam quietos eventualmente invadem escolas armados, atirando em todo mundo! Quantos não foram adolescentes e não “tacaram papelzinho”, “levaram papelzinho na cabeça”, ou se irritaram ou foram irritados na época de escola? Quantas vezes não vivemos situações análogas e muitas vezes mais graves depois de um pouco mais velhos, principalmente no trabalho, na academia...? O tema do Bullying não está polêmico hoje em dia?
Este é meu pensamento, minha experiência, logo, só pretendo estar certo. Será que estou? Eu diria que basta começar olhando para quem te agride e prestando uma atenção cuidadosa a esta pessoa. Não dizer nada! Apenas a olhar para ela diretamente enquanto ela te desrespeita. Se fosse na escola, dava até para levar o papelzinho até ela e entregá-lo de volta gentilmente. A mensagem é: “sim, pois não?” É uma forma de desafiar, mas sem estar desrespeitando de volta. Pelo contrário: se ela se comunica com você te agredindo, você demonstra solicitude e atenção.
 Aprendi que crueldade costuma caminhar muitas vezes ao lado da covardia. Quem é cruel não tem coragem de admitir o que tem contra você, ou para admitir até mesmo que te inveja. Impor-se, caindo para o literal, significa colocar-se na frente, sujeitar os outros à sua presença. Ao invés de lutar contra a agressão, esta postura é quase como ajudá-lo a lhe agredir, mas de maneira que o obrigue a fazê-lo se expondo a você e a quem estiver presente.
Um grande irmão de clã uma vez conversou comigo por horas e me fez concluir uma coisa sobre a qual nunca consegui ver falhas: “não existe agressão sem frustração”. Exposto, aquele que estava sendo cruel ou se intimida e passa a lhe temer, ou se expressa, dando condições para que você caia nos casos menos complexos e resolva o problema fazendo perguntas. Entretanto, nada do que eu falei funcionaria com sociopatas. Creio que, seguindo isso, talvez seja possível identificá-los. Desses aí, meus amigos, quero distância. Deixo as patologias para os profissionais de Psicologia, Medicina Psiquiátrica, Teólogos, Pais-de-Santo e com a polícia mesmo. 

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