The Shadow Hunter

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Keep it Simple

segunda-feira, 23 de julho de 2012

Será que o próprio Poder individual em si pode ser um problema? 

Nao ter escolha em uma situação é definitivamente desconfortável. Ninguém quer se sentir preso, acorrentado. Porém, escolhas demais também trazem grande sofrimento. Ambas as dores são completamente diferentes. A primeira diz respeito a se sentir preso, privado de liberdade. A segunda é bem mais sutil, profunda. Diz respeito a qualquer decisão que se toma ser percebida como de preço extremo, exorbitante.

No aspecto individual, tome-se aqui o conceito restrito de poder como o da gama de recursos que alguém possui para enfrentar os desafios do dia-a-dia. Isto posto, a hipótese a ser levantada é de se não seria um fator causador de enorme sofrimento alguém ter uma gama tão vasta de recursos de poder pessoal, que esteja sempre enfrentando enorme sofrimento quanto à eficiência de suas ações. Um fenômeno de fácil comprovação empírica é fator agravante desta situação ainda. Uma pessoa pouco se da conta de fato objetivamente de cada competência que possui, principalmente nos aspectos sociais e psicológicos.

Quando uma pessoa, nos termos descritos até aqui, "poderosa" se depara com uma situação, ela precisa decidir sob a pressão do momento de que recursos irá fazer uso. Se a variedade de opções for grande demais, o recurso a se decidir usar tem o preço de todos os outros. Se os outros são de número incalculável, a percepção sempre tenderá a ser de que a decisão foi absurdamente ineficiente, cara demais. Em muitas situações, a pessoa com muito poder pode se tornar ineficaz em absoluto, por "paralisar" emocionalmente perante uma situação perfeitamente administrável por ela, devido a uma crise de ansiedade associada ao medo da vergonha de errar algo simples. Em outras, o sofrimento vem depois da ação realizada em si, quando se vive propriamente o embaraço pela insegurança que permanece sobre a adequação, qualidade e moralidade daquilo que se fez. Neste último caso, o comportamento é o exemplo clássico de perfeccionismo.

Fazendo uso dos dados descobertos pela cientista social Dra. Brenè Brown, a civilização atual é a mais viciada, medicada, obesa e endividada da história. O "mal-estar social" seguindo a idéia do livro texto famoso nunca foi maior. O ato de consumir em si sempre será importnte, mas jamais resolverá o verdadeiro problema mesmo que se tornasse irrestrito a qualquer um. Quando não há comida suficiemte, os homens lutam entre si para sobreviver. Muitos chamam isso de guerra justa. Quando a comida sobra, eles arranjam outros motivos para lutarem entre si. Porém, quanto mais longe do essencial à vida, menos nobre é a causa. Todas estas que se relacionam a poder, quer seja sobre si mesmo ou sobre os outros, mexem com orgulho e preconceito. Por isso, são fontes de grande sofrimento e inspiradoras de medo.

Existe somente uma forma de se lidar com este contexto-problema do excesso de opções de recursos de poder: é preciso praticar sempre se fazer as perguntas certas. Suponha-se, então, que todos os dias fosse possível conscientemente formular um padrão de perguntas afim de assumir o estado de espírito certo, e assim se fazer lembrar de como se sente gratidão, serenidade, satisfação? Imagine se os estados de espirito pudessem ser alterados não somente pela instituição linguística de significados ao código verbal, mas pelo tom da voz, pela música, pelas imagens como expressões corporais ou faciais apenas, pela intenção do toque sutil, fazendo com que aquilo que está dentro de um possa contagiar o que esta fora com alegria e espontaneidade, deliberadamente? Imagine se isto sempre tivesse sido possível e estivesse ao alcance de todos... ?










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