The Shadow Hunter

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quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Valentim foi garfado pelo cupido


Hoje é o dia de São Valentim. Não existe carnaval em vários países do hemisfério norte, como EUA e Canadá, por isso o dia dos namorados é posicionado nesta data por lá. Esse dia é escolhido nesse intervalo para motivar o consumo em uma época do ano que seria fraca para o comérico em geral. Aqui no Brasil, o dia dos namorados cai em 12 de junho, definitivamente seguindo a mesma lógica. 

Já a história do santo vem de um boato que corre na boca pequena. Um tal imperador Romano Claudio II (Marcus Aurelius Claudius  214 D.C — Sirmium(Bálcãs), 270 D.C) teria baixado uma lei que proibia os jovens de se casarem, afim de assim formar um exército mais motivado, capaz de viver na guerra sem querer desesperadamente voltar para casa. Um bispo romano chamado Valentim achou isso um abuso autoritário e resolveu casar as pessoas na surdina. Obviamente pegaram ele no flagra e o sentenciaram à morte.           

Naquela época a igreja não era tão cheia de posses como foi ficando pela idade média, por isso não havia celibato obrigatório para membros do Clero. Valentim era solteiro e, caso viesse a desejar, poderia se casar eventualmente. Claro, isso se não fosse ser executado. Enquanto esperava pela execussão em sua cela, a filha do carcereiro foi visitá-lo, no intuito de assegurar-lhe de que "os jovens ainda acreditavam no amor". Como é preciso uma doença ou condição permanente seguida por uma respectiva cura milagrosa para que alguém vire santo na Igreja Católica, a moça desta estória chamada Astérias era cega e passou a enxergar depois de algumas visitas ao bispo. Ainda mais milagrosamente, além desta "moça" ter começado a ver, parece que aprendeu a ler em tempo recorde também, pois segundo a lenda, ela teria recebido uma correspondência amorosa do bispo que terminava com o famoso verso "... do seu Valentim." A igreja hoje não reconhece esse conto como história oficial, nem o santo, alegando que não encontrou evidências históricas suficientes. 

Para criar uma data e criar um costume de fato, não se pode deixar faltar um personagem bem simbólico. Nada melhor que a mitologia grega para colocar magia na coisa! O Cupido, aquela figurinha angelical bem conhecida, era o deus equivalente romano do deus grego Eros. Ele seria o filho da deusa da beleza, Vênus, e do deus da guerra, Marte. Diz-se que ele andava sempre com seu arco, pronto para disparar flechas tanto sobre os corações de mortais e quanto sobre os de divindades. Ele teria tido um romance muito famoso com a princesa Psiquê, a chamada "deusa da alma". 

A mensagem dessa data fica bastante interessante, misturando-se tudo até ficar homogêneo. De um lado, um sacerdote rebelde e bondoso sentenciado a morte, com sua paixão não resolvida pela moça que apaixonou-se por ele após "poder enxergá-lo" depois de conviver a sós com ele por algumas oportunidades. De outro, um mito, símbolo do Amor, do erotismo, fruto bastardo da divindade representante essencial da beleza com o deus da guerra. Vênus seria esposa de Vulcano, o deus manco, tendo pulado a cerca com Ares para conceber o "anjinho" cupido. 

Segundo essas histórias:

1) Parece que o homem que se sacrifica a vida toda unindo casais apaixonados jamais é "visto" pela mulher que ele mesmo estará apaixonado, até que esteja definitivamente "ferrado de vez". 

2) Parece que o cupido não passa de um filho de uma vadia, pistoleira, acostumada a ser bajulada demais por ser bonita, que corneou o marido dando para o macho mais agressivo e viril que encontrou.

Logo, deixemos as moças aprenderem a conviver com a cegueira delas, os marmanjos irem à guerra desempedidos e, caso avistemos um anjinho com arco na mão, a gente abate, toma as flechas e as atira na mãe dele. 

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